Bairro Novo deriva de uma deambulação situacionista pela vila de Coruche. Deparei-me com ruas que tinham o nome de ex-colónias portuguesas (Angola, Guiné, Índia, Macau, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Timor). Esta constatação fez-me pensar que os acontecimentos, a história e mesmo o presente estão apenas acessíveis em fragmentos.
Num jardim adjacente a essas ruas colhi uma folha de plátano. Com recurso a um jogo de linguagem em que um mapa é uma visão aérea− planta− representei-o através de desenho, fazendo corresponder às nervuras desse mapa as ruas do bairro com nome de países.
Assim, esta obra é constituída por um desenho e por um conjunto de pinturas com áreas monocromáticas das bandeiras de cada país colocadas numa prateleira.
As telas estão sobrepostas e podem ser dispostas de várias formas, aludindo à possibilidade de contar histórias de várias maneiras…